segunda-feira, agosto 11, 2008

Sereia da terra

O cheio de sexo estava por todo o quarto e não havia perfume doce ou cítrico que o fizesse sumir. Lençol amassado, corpo quente, cabelo bagunçado, marcas de dente, um cigarro na janela e nenhum sentimento de culpa pelo sexo descartável.

Ainda era nova e não podia tirar conclusões concretas. Dizia ser só curiosa e estar aproveitando a fase mais promíscua enquanto podia. Não era — nem pensar! — como diziam os voyeurs da vida alheia.

Ainda era nova, mas tinha muito fogo. Adorava seduzir e se sentir desejada. Só por joguinhos pessoais. Tentava conquistar todos que se aproximavam: comprometidos ou solteiros, amigos ou desconhecidos, homens ou mulheres, novos ou velhos. Era o alimento do seu ego faminto e apressado; das suas unhas afiadas.

Jogava charme para todos os lados, não dava um movimento sem fazer pose e sempre tentava descobrir pelos reflexos se alguém a olhava. Só sabia se relacionar assim e mais de jeito nenhum. Se aproximar de alguém era sinônimo de flerte e ninguém escapava.


07 de Fevereiro de 2006

4 Comments:

Blogger Carol Guido said...

no dia que você parar com essa vergonha boba de divulgar o seu blog ele será um dos mais acessados. certeza!

11 agosto, 2008 21:44  
Blogger Daniel Bastos said...

Unhas afiadas... graur!

12 agosto, 2008 09:18  
Anonymous Anônimo said...

Menina, você tem o dom da escrita. Gostei muito do seu blog,encontrei-o linkado no blog da Veriana, parabéns menina

03 setembro, 2008 12:43  
Blogger Rackel said...

Esse post podia ter continuação...

13 outubro, 2008 21:44  

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