segunda-feira, dezembro 11, 2006

O ano vaidoso

Este ano foi vaidoso. Passou bem devagar para deixar sua marca. Tiveram dias que passaram de três em três e dias que pareceram ser três ao invés de só um. Teve momentos de muita alegria e momentos de extrema tristeza. Teve momentos de plena tranqüilidade e momentos de total desespero. Um ano de paradoxos; de altos e baixos. Um ano que não correspondeu a nenhuma previsão e deixou muitas esperanças e frustações no caminho.

O ano, de tão vaidoso, resolveu me proporcionar várias "primeiras vezes". Trouxe um caminhão de experiências novas! Conheci lugares, pessoas, tipos de relações, diferentes pontos de vista... Agora eu ando de ônibus para cima e para baixo, entrei na faculdade, conheci pessoas maravilhosas, descobri calma e êxtase de formas novas, aprendi novos saberes, li vários livros, vi vários filmes, comecei a me achar melhor pelo Rio, passei dirigir, briguei muito, gostei muito, fui à várias boates e bares, fiz cursos, enchi a cara, vivi epifanias.

De vaidoso que o ano foi, até me arrumou um emprego. Meu primeiro emprego. Justo quando faltava um mês para sua vida útil terminar, quando eu achei que nada de novo mais aconteceria. Assim, ele conseguiu encerrar com chave de ouro no quesito novidades! Experiências inesquecíveis.

Na vaidade do ano vi, vi começo e fim de relacionamentos. Confusão mental, mil e uma voltas, sobe e desce, esforços. Como menti, como me enrolei, como aprendi e como sorri. Neste ano de variedades, variados cheiros. Eu sou um pouco de cada um que conheci.

Em um pequeno texto, nas palavras que a memória converge, não conseguirei mostar o quando eu divergi. Muito menos passar ênfase deste ano para mim. Melhorei e piorei, mas, como sou otimista, aprendi. Isso é essencial! Que o relato fique em menor parte neste texto e em maior parte apenas em mim. Que venham mais que eu aguento! E muitas vezes gosto!

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Ponte

Estavam os dois deitados na cama recuperando o fôlego, sem conseguir dizer uma palavra sequer. Extasiados com o momento; admirando as delícias da intimidade. Depois da explosão, em que quase não se pensa nos pormenores, a única coisa que os ligava era o leve toque de seus dedos. Uma ponte singela por onde passa todo o carinho e gratidão.

Eram dois que às vezes gostavam de se sentir um só, pois ser dois que respeita o um é mais importante e possível do que tentar ser unidade. Dois não viram um. Um e um quer somar dois por causa do gostar. E quando todo o fôlego voltou, o êxtase se dissipou e a ponte se separou, toda a calma entrou no quarto. Mas não é aí que a soma acaba.

Ele, em um ato simples, virou-se e cobriu ela com o lençol para que não se resfriasse, porque a noite estava fria e invadia pela janela. Aquilo foi um "eu te amo".

Às vezes palavras são apenas um monte de letras ou fonemas. O verdadeiro amor está nas demonstrações simples e espontâneas. Assim que se constrói a mais firme das pontes. Amor não está à venda na feira não.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Ai...

Que saudade do meu relógio...