sábado, agosto 30, 2008

Baile de máscaras

É baile de máscaras, com coreografia maldita. Esconda-se atrás das paredes, atrás dos barulhos, das máscaras, de todo o baile. Faça sua dança, sua cena, aplauda o bobo da corte. Guarde seu mistério e conte, de orelha em orelha, os pecados dos outros.

Mas, cuidado! As máscaras caem. Toda essa luxúria é pecaminosa. O sapateio marca o chão e o espelho quebra. Você sabe: espelho quebrado dá sete anos de azar. E não tem conserto.

segunda-feira, agosto 11, 2008

Sereia da terra

O cheio de sexo estava por todo o quarto e não havia perfume doce ou cítrico que o fizesse sumir. Lençol amassado, corpo quente, cabelo bagunçado, marcas de dente, um cigarro na janela e nenhum sentimento de culpa pelo sexo descartável.

Ainda era nova e não podia tirar conclusões concretas. Dizia ser só curiosa e estar aproveitando a fase mais promíscua enquanto podia. Não era — nem pensar! — como diziam os voyeurs da vida alheia.

Ainda era nova, mas tinha muito fogo. Adorava seduzir e se sentir desejada. Só por joguinhos pessoais. Tentava conquistar todos que se aproximavam: comprometidos ou solteiros, amigos ou desconhecidos, homens ou mulheres, novos ou velhos. Era o alimento do seu ego faminto e apressado; das suas unhas afiadas.

Jogava charme para todos os lados, não dava um movimento sem fazer pose e sempre tentava descobrir pelos reflexos se alguém a olhava. Só sabia se relacionar assim e mais de jeito nenhum. Se aproximar de alguém era sinônimo de flerte e ninguém escapava.


07 de Fevereiro de 2006

Rapidinha da felicidade

Pegue seu emepêtrês, ponha Extraordinary Machine da Fiona Apple e saia na rua cantarolando e dando pulinhos sem vergonha nenhuma. Juro que faz bem!

Teatrinho

Você se faz de muro de aço, mas é de papelão. A qualquer espirro d'agua, você taca pedras. A qualquer assopro mais forte, você lança fogo. Os de escudo frágil só sabem se defender com armas a frente.