quinta-feira, junho 26, 2008

Porta de vidro

Esse é o ano da fragilidade: o que aos olhos parece resistente, na verdade é frágil. Tudo é frágil, cabe a nós tentar nos fazer de fortes. Eu descobri que não existe vida previsível, amor eterno nem planos perfeitos. Tudo quebra e não cola. E se cola, não adianta, dá pra ver a rachadura.

Esse é o ano da fragilidade: viver é mais perigoso do que se pensa. É cada susto que a gente leva! Um dia parece certo, no outro não existe mais nada. É volátil, escorrega e dá muito medo.

Esse é o ano da fragilidade: repito três vezes. Quebra essa porta de vidro e segue adiante. Se corte, sangre, manque, mas siga. É bom. Não se faça em cacos para não ser varrido. O vento de lá não pára.

sábado, junho 21, 2008

Café na cama

Um dia eu achei que seria saudade. Hoje eu tenho medo dos meus pensamentos, que me surpreendem como sonhos. Digo que amo de forma tão vaga, que sinto raiva do meu jeito de amar — eu acho. Mas eu sinto raiva de muita coisa e uma delas é esse modo de viver. Me irrito com pouco quando começo a falar disso e desconfio de tudo. Dormir e acordar nunca mais serão a mesma coisa. Só não sei o quanto isso me faz falta e realmente me atinge. Eu tenho muito medo de ser egoísta.

Um pouco de lágrima

Alguns momentos são tristes por serem pretos.
Outros, por serem cinzas.
Às vezes são marrons ou vermelhos.

Hoje o momento foi triste em rosa bebê.

Folhas que caem

Aquele sorriso de menina mostravam os dentes: um pouco tortos, um pouco quebrados e muito charmosos. No cabelo preto e despenteado, passava uma fita vermelha. A língua rosa, bem quieta, sentia o gosto do hortelã. Os dedos pequeninos, branquinhos, com as unhas meio sujas, se apertavam sem parar e rasgavam as folhas caídas no banco. Ela era doce, tímida e muito interessada na vida. Numa vida diferente da minha; da nossa. Uma vida que eu antes não sabia que existia e passei a admirar e querer ver de perto. Um pouco que é muito. Um preto que é colorido. Monocelhas que molduram o olhar medroso de estar errando, mas que tem coragem e vontade de continuar ainda que nada dê certo.

- E se não der certo?
- Vai dar. Pelo menos eu vivi.

Retificação

Acho que não acertei na minha nota sobre a família. Mas também acho que não errei. Não sei.

É que as falas andam muito tortas e o abraços pouco sinceros por aqui.

sexta-feira, junho 06, 2008

Nota

Amizades se constróem de dia, não a noite.
Namoros se baseam na boca sorrindo, não fazendo bico.
Famílias se mantêm com abraços, não com falas.