quinta-feira, setembro 21, 2006

Um quase

Dessa dor que vem e vai, restavam a ele alguns suspiros de alegria. Constantemente fechava os olhos porque não suportaria ver tudo de olhos abertos. Sabia. Tentava ser um pouco ingênuo, no propósito de tentar ver mais beleza nessa vida sem graça.

Graça... Desfrutava na graça um pouco de felicidade efêmera. Nessa felicidade que vem e vai, lhe restavam muitos momentos de tristeza.

Tentava projetar sua vida, analisando o que o que poderia melhorar. Achava saber o mistério, mas não tinha coragem de desvendá-lo. E continuava ali, com seus olhos bem fechados, sem entrar nenhuma luz, porque para ele o problema quase sempre era com ele mesmo.

Sublinho o quase. Pois ele nunca deixava que as coisas fossem sempre, sem o quase. Se tudo for para sempre, nada sempre é. Se tudo fosse sempre, ele entraria em depressão. Mas sempre há os lados.

Tinha tendência de esperar, esperar e esperar que as coisas melhorassem. Quase sempre dava tudo errado. Então ele esperava, esperava e esperava mais um pouco, até que o final chegasse, quem sabe.

Buscava, sentado, aquilo tudo que já sentira e invejava que os outros sentissem. Era pedir demais ter só um pouquinho? Quem sabe assim não suspiraria um pouco mais de alegria...

sexta-feira, setembro 15, 2006

05/Setembro/2006

Querido diário,

Hoje às 7 horas o Sol estava bem forte e nascia, do ângulo que eu estava, por trás de uma árvore com galhos secos, como se ela fizesse um desenho. Descobri na aula, só pra curiosidade, que existe um pássaro que faz um ninho com seis entradas, sendo uma delas falsa. Além dessa proteção contra predadores, ele ainda usa galhos com espinhos, para dificultar mais ainda. Voltei para casa mais cedo, porque não teve aula a tarde, e fui ao banco com a minha mãe. No estacionamento vi uma coisa muito curiosa. Quer dizer, é uma coisa bem comum, mas bem legal de ver... A árvore que ficava do outro lado do muro deixava suas flores, rosas, cairem no telhado e nos quadrados que continham parede. Ficava bem bonito! Comos se fossem pequenos buquês. O mais bonito eram as flores caindo, uma a uma, rodando no ar, de leve, e escolhendo onde cair, batendo na parede... Bem que um amigo disse que pareço o "garoto da sacola" do filme "Beleza Americana". O que me lembra agora, não sei porquê, o que um outro amigo disse sobre mim: que eu tinha cheiro de Nintendo 64. Achei um máximo isto! Agora a pouco terminei de ler um livro. Meio chato, mas o final é melhor. Tive uma empatia nas últimas frases. A garota descreveu sentimentos que eu já tive. Daqui a pouco vou dormir...

05/Setembro/2006

Querido diário,

Hoje eu não tive aula a tarde. Fiquei bem chateada por esperar a toa! O ônibus estava lotado na volta. De tarde a minha mãe me fez ir no banco com ela e enfrentar umas filas. Depois enfrentamos mais fila no posto de GNV. Comi uma pizza de noite, terminei de ler um livro e agora to escrevendo. Daqui a pouco vou dormir.

sábado, setembro 09, 2006

No tempo do meu avô

Ontem eu estava conversando com meus avós e eles contaram um pouco sobre suas infâncias. Como nasceram na primeira metade do século passado e no Rio Grande do Sul, sofreram bastante com o frio. Tinham que esquentar a água no fogão e tomar banho com concha e balde, punham álcool em embalagens de alumínio de goiabada e acendiam para servir como calefação, usavam jornal nos sapatos para sentir menos frio nos pés... É, era dureza!

E no verão Porto Alegrense tudo se invertia. O Sol era de rachar! Meu avô disse que sentiu a gengiva doer a primeira vez que tomou água gelada pela geladeira e só usou chuveiro elétrico depois de crescido.

Agora sim!

Calor de volta! Eba! E do melhor jeito: nem muito frio, nem muito calor. Posso usar jeans e blusinhas de alça sem congelar e nem suar. Maravilha! Agora sim, Rio de Janeiro!

quinta-feira, setembro 07, 2006

Era glacial

Saí de casa às sete horas, fiquei esperando uns cinco minutos no ponto de baixo da chuva - fraquinha, ainda bem - e finalmente pude ser acolhida pelo teto do ônibus. "Estranho eu estar saindo de casa com meu casaco de lã", pensei. "Deve ser frescura minha. Frio matinal."

Foi aí que o ônibus passou por um daqueles relógios-termometro, que marcava 07:09 e 13°. Peraí! TREZE GRAUS?! Não é possível! Eu estou no Rio de Janeiro! Eu só vejo o número treze do lado do símbolo de graus no Sul! Tá, para não exagerar tanto, na serra do Rio também. Mas nunca na capital! Quiquéisso?!

Me espantei! E ao longo do dia continuei sentindo frio. Aliás, até achando que aquela blusa de manga comprida e o casaco de lã eram pouco demais. E realmente não era só coisa da minha frescura: todos a minha volta estavam bem encasacados.

Quando voltei para casa, por volta das quinze horas, passei por outro relógio-termometro. Este marcava quatorze graus. É, realmente não era apenas frio matinal. Em oito horas a temperatura só subiu um grau. Na PUC-Rio devia estar nevando! Lá é frio até no verão.

Chego em casa, vejo minha mãe falando com minha tia do Rio Grande de Sul ao telefone "Sim, impressionante! Eu estou dormindo aqui com dois cobertores, que nem eu dormia na sua casa! Pois é! Deu oito graus a noite!" Será que deu mesmo oito graus? Minha mãe sempre exagera um pouco. Mas se deu mesmo, é uma boa hora para se pensar em instalar uma lareira em casa...

Droga... O melhor de morar no Rio de Janeiro é só ter três casacos, finos, no meu armário e está bom! A partir do momento que eu tenho que puxar o casacos de viagem, que ficam na parte mais alta do armário, para usar por aqui, começo a me assustar. Eu quero o calor de volta!!!