quarta-feira, agosto 30, 2006

Linha tênue - parte 2

Linha tênue é o que diferencia:

Amor da loucura
Abraço do aperto
Crédito da confiança
Fazer amor de foder
Traição do mau-caratismo
Olhar sincero do olhar mentiroso
Apenas palavras de palavras importantes

Entre tantas outras coisas.

sexta-feira, agosto 25, 2006

MDSP


Após recentes descobertas de astrólogos, um novo movimento surgiu no campo universal: o Movimento dos Deuses Sem Planeta (MDSP).

Agora que Plutão não é mais planeta, o Deus Hades (ou Plutão) não tem mais onde cuidar em paz do mundo dos mortos. Ele, sua esposa Perséfone e um monte de mortos que devem ser julgados estão sem um planeta que os abrigue.

O movimento tem propostas de reforma agrária em Júpter, já que é o maior planeta do sistema solar. Mas Perséfone não gostou muito da idéia, pois Júpter está mais perto do Sol, logo, ela não terá mais o que fazer com seus lindos casacos de pele que usava em Plutão.

sexta-feira, agosto 18, 2006

Eu não sei. Não sei mesmo.

O que eu sei é quase nada.

sexta-feira, agosto 11, 2006

Ciclo de renovação constante

Bebida em uma mão, cigarro na outra. Ali estava ele com sua armadura de sempre. Para o ataque! Em volta, pessoas se dançando, simulando com as mãos tocar guitarra, conversando, paquerando... Era mais um típica noite de caça, onde toda a tensão sexual se aflora.

Esperava ao menos alguma troca de beijos com qualquer mulher bonita, ou no mínimo muito simpática, que aparecesse. Pelo menos uma, senão voltaria com um gosto amargo para casa, questionando porque não conseguiu nada. "Será que eu estou feio? Será que a garota realmente tinha namorado ou ela só falou para ser gentil no fora? Será que eu falei alguma coisa pra que não devia?". Hoje ele não poderia carregar essas dúvidas. Seu ego estava com sede de confiança efêmera e seu corpo gritava para explorar novos corpos, como se fossem novos enlatados na prateleira do supermercado.

Costumava a dizer que existem dois tipos de situação: o tiro no escuro e uma luz no fim do túnel. A primeira é quando não se faz idéia do que a garota acha de você, ou seja, nenhuma indicação foi dada antes do momento da iniciativa. Nesta, o sentimento é bem intenso. Sem muita segurança, porém muito medo. Contudo, se não der, não deu.

A segunda é quando já se recebeu alguma indicação de que a garota está disponível pra você ou muito interessada no corte da carne. Olhares, sorrisos de canto, movimentos no cabelo... Tudo influencia. O sentimento é mais munido de confiança, mas, ainda assim, rola o medo de se estragar tudo.

Caixinha de surpresas; Potinho de emoções; Consolo expresso; Massagem no ego. Chamem como quiser! Ele adorava aquele clima. Tinha várias e não tinha nenhuma. Beijava muitas bocas, conhecia sempre mulheres novas, emoções recém saídas do forno, adrenalina do flerte. Um ciclo de renovação constante de simulação de falsa intimidade. Se conhecesse alguém interessante, ao menos notaria. O gostoso para ele era não se apegar de verdade a ninguém e poder experimentar ao máximo. Apegos longos atrapalhariam tudo.

Tinha quase um manual para isso! Atos calculados, medidos, cuidadosamente aplicados. Era só abrir a pasta e escolher qual aproach usaria. Usava trejeitos forçados, frases prontas, movimentos contados, olhares de interesse, risadas falsas... Até poderia mentir - o que, na verdade, acontecia muitas vezes, principalmente dele para ele mesmo. Porém tudo muito rápido! Porque a noite é uma criança, mas dura pouco tempo.

Às vezes achava que tudo era muito vazio, mas não gastava muito tempo pensando nisso. Achava que o bom mesmo era "usar" a pessoa que não conhecia para ir preenchendo esse vazio. Beijando, ele quebra um monte de barreiras que ela constrói nos relacionamentos interpessoais e, no final das contas, ele a conhece muito mais rápido do que se ela fosse uma mulher que ele investisse aos poucos, gastando muitas noites com isso. Gostava da atração rápida e descartável e de suas cartas marcadas.

Querer mesmo ter alguém era uma possibilidade remota e só para o futuro. Apenas poderia vir a acontecer dias, semanas, meses, anos depois do "teste do beijo". No fundo, tinha até muito medo se envolver. Sua confiança era líquida e seus hormônios falavam mais alto.

Porém, hoje ele iria a caça e isso era o que importava. Já estava analisando seu terreno de investidas. "Se é mulher e deu chance, já era".

quarta-feira, agosto 09, 2006

Noite de fraqueza

Lua que me conhece desde o primeiro dia
Lua cheia e eu aqui, a admirá-la num suspiro
Lua, tira o peso dessa mágoa que me fia
Nua, ao mostrar-lhe a fraqueza que expiro

Oh lua, grande lua! Me acalme e ilumine.

terça-feira, agosto 08, 2006

Céu azul

O Sol me chama e vivo
Silêncio do canto
Calmaria do vento
Odor de natureza
E o instante existe

Nem alegria, nem tristeza
Pleno e pessoal
Paz na cor, bela
Abraço na alma
Tudo aqui é música

terça-feira, agosto 01, 2006

Masturbação mental

Para mim, Deus escreve certo por linhas tortas. Ou no mínimo pode-se tirar coisas boas até dos piores acontecimentos. Talvez quanto pior é o acontecimento, mais aprendemos. Até mesmo como forma de proteção, para que ele não se repita, pois dói muito. E como aprendemos...

Eu sou otimista e tenho fé nos degraus que o homem deve subir para se tornar melhor. Confusão mental é um grande problema! Experimentar, refletir e arriscar errar são formas de clarear o caminho. Apenas falar não adianta! Faz-se necessárias provas. Arrependimento é um passo. Satisfação também. Controle pessoal focado em um objetivo, mais ainda. Como diria um amigo, "Nada que um pouco de masturbação mental não resolva".

Tem quem costume a dizer que se pode fazer tudo, desde que isso não afete terceiros. Não sei se concordo completamente. Sou contra machucar terceiros. Depois de fazer muito, tenho me tornado mais cuidadosa. Contudo, acho que ninguém pode querer abraçar o mundo. Pode-se mesmo fazer tudo? Ou melhor, deve-se mesmo fazer tudo? Cada um que defenda a sua posição e a siga, que eu não tenho nada a ver com isso! Mas eu, junto com meus botões, tenho acreditado que algumas coisas devem sim ser tolhidas. Resquícios de quem quebrou muito a cara.

Não se trata apenas de terceiros, mas principalmente do próprio eu. Valorização do eu pelo eu e para o eu. Isso ajuda o convívio em sociedade e o convívio com o próprio corpo, onde estamos presos eternamente. Só a partir do conhecimento de si pode-se compreender o outro - como diria a Clarice Lispector parafraseando um outro alguém. Nós temos sim limites e eles devem ser definidos e respeitados. Pensar antes de seguir as emoções está para polegar, ou seja, é o que nos diferencia de todos os animais e, supostamente, nos torna superiores.

O ser humano se acotuma a qualquer situação e consegue ter momentos bons mesmo nas piores fases. O importante é tentar reger um pouco a orquestra, ao invés de apenas seguir a música, e escolher o tom que se quer acostumar.