As irmãs
Eram irmãs gêmeas. Saídas da mesma barriga, feitas do mesmo líquido, com o mesmo posicionamento dos astros, do mesmo verde nos olhos. Uma se chamava Lícia e a outra Alicia.
Lícia, quando criança, gostava de brincar de todos os jogos e com todos os brinquedos possíveis. Alicia preferia ficar perto da mãe e descobrir o que os adultos fazem. Lícia cresceu e arrumou vários namorados, chegou bêbada em casa diversas vezes e todo ano ficava em recuperação em matemática. Alicia era austera, dedicada, não gostava das diversões noturnas e sempre foi reconhecida no colégio.
Lícia com dezoito anos se apaixonou profundamente. Alicia arrumou um emprego. Lícia começou a fazer artes plásticas por satisfação, mesmo sabendo que não era um meio que dava muito dinheiro. Alica reprovava a irmã e começou o curso de direito, mesmo sabendo que não era o que mais lhe agradava. Lícia trancou a faculdade por um período, sem muitos planejamentos, e mergulhou na aventura de conhecer o mundo. Alicia perdeu a virgindade com quase vinte e três anos.
Lícia formou-se, casou-se por amor fulminante e abriu um ateliê que não dava tanto dinheiro, mas mesmo assim teve quatro filhos e os criou com todo conforto de amor do mundo. Alicia formou-se, casou-se mais por convenção do que por sentimento, firmou uma carreira bem sucedida e sólida e de tanto que não quis ter filhos antes de conseguir ascender na vida, ficou tarde de mais e seu corpo não mais fertilizou.
Alicia não optou pelas delícias da vida, preferindo acumular e subir, enchendo, e por assim pesando, cada vez mais o saco da vida nas suas costas ao ponto que às vezes era quase insuportável carregá-lo. Lícia foi feliz.
Lícia, quando criança, gostava de brincar de todos os jogos e com todos os brinquedos possíveis. Alicia preferia ficar perto da mãe e descobrir o que os adultos fazem. Lícia cresceu e arrumou vários namorados, chegou bêbada em casa diversas vezes e todo ano ficava em recuperação em matemática. Alicia era austera, dedicada, não gostava das diversões noturnas e sempre foi reconhecida no colégio.
Lícia com dezoito anos se apaixonou profundamente. Alicia arrumou um emprego. Lícia começou a fazer artes plásticas por satisfação, mesmo sabendo que não era um meio que dava muito dinheiro. Alica reprovava a irmã e começou o curso de direito, mesmo sabendo que não era o que mais lhe agradava. Lícia trancou a faculdade por um período, sem muitos planejamentos, e mergulhou na aventura de conhecer o mundo. Alicia perdeu a virgindade com quase vinte e três anos.
Lícia formou-se, casou-se por amor fulminante e abriu um ateliê que não dava tanto dinheiro, mas mesmo assim teve quatro filhos e os criou com todo conforto de amor do mundo. Alicia formou-se, casou-se mais por convenção do que por sentimento, firmou uma carreira bem sucedida e sólida e de tanto que não quis ter filhos antes de conseguir ascender na vida, ficou tarde de mais e seu corpo não mais fertilizou.
Alicia não optou pelas delícias da vida, preferindo acumular e subir, enchendo, e por assim pesando, cada vez mais o saco da vida nas suas costas ao ponto que às vezes era quase insuportável carregá-lo. Lícia foi feliz.
3 Comments:
c´est la vie
Maluh e Constança!
amei!
essa coisa do saco foi a mais legal que ela falou o período inteiro!
Fato!
Até me inspirou.
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