segunda-feira, julho 03, 2006

Dirigir em túnel

Tinha tentado. Tentado tanto! Nada funcionava. Até atitudes mais baixas, para pelo menos chamar a atenção. Nada. Aonde se perdera todo aquele amor?

Ela estava desesperada! Era como se dirigisse dentro de um túnel: andava, andava, mas parecia não sair do lugar. A imagem ia se repetindo, repetindo, repetindo, repetindo... Parecia que, se virasse um pouquinho para o lado, bateria contra a parede. Uma sensação quase claustrofóbica!

Não viu resultado no ateque de ciumes, no ignorar de ciumes, na langerie, no corte de cabelo, no vestido novo, na torta de morango, na blusinha igual a da Juliana Paes, no perfume chamativo... Em nada! Ele não a admirava mais. Achava até que ele estava tendo um caso com alguma garotinha qualquer de vinte anos.

Ah! Os vinte anos! Tanta beleza e tão pouca maturidade. A segunda deveria ser mais valorizada do que a primeira, mas nunca é. A experiência de vida perde para a jovialidade e é tacada num canto. O que fazer com ela? Que dor seria saber que seus dias de relação - ou quase isso - estão contados. Muita dor.

Não pensava em divórcio. Ela o amava, apesar de não sentir mais o mesmo tesão, paixão - até porque, eles não eram mais alimentados. Ela o amava por tudo que ele havia sido sozinho e ao seu lado. Porém, agora era apenas um desconhecido dormindo em sua cama, mas ela ainda tinha esperanças de recuperar patamar de antes.

Lembrava-se dos bons, dos ótimos, momentos juntos! Das promessas de amor eterno, de toda paixão que exalava, do sexo perfeito, das carícias no cinema, dos beijos ao acordar, dos abraços apertados nos reencontros, do apoio nas horas ruins, das risadas nas horas boas. Tudo sempre foi tão lindo! Aonde se perdera todo aquele amor? Esse túnel parecia não ter fim. Iria desmoronar antes disso.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Profundo, mas tão comum....o pior...gostei!

18 julho, 2006 18:14  

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