sábado, julho 01, 2006

Paranóia

E mais uma vez aconteceu! Eu sempre clicava em cima da foto do MSN para mudá-la, mas agora que eu baixei sua nova versão - que é bem feiosinha, diga-se de passagem - tenho que clicar em um botão e depois em "Alterar minha imagem de exibição". Só que como eu nunca tinha parado para pensar que eu só clicava em cima da foto, estou sempre errando toda a vez que vou mudar para outra.

Não, não é papo de maluco! Se um dia me perguntassem:
-- Roberta, como se muda a foto na versão 7.0 do MSN? - mesmo fazendo isso sempre, eu não saberia responder sem estar na frente do programa...

Não, não é mesmo papo de maluco! É que nem a porta da minha cozinha: eu só percebi que encostava nela quando alguma coisa mudou. Por exemplo, eu - como a maioria das pessoas que gastam horas do seu dia em frente ao computador - digito sem olhar para o teclado. Se uma dia me pedirem para desenhar um teclado e indicar onde fica cada tecla, eu não saberei fazer. Eu sei aonde estão todas as teclas, mas, ao mesmo tempo, eu não sei. É o que acontece quando uso teclado sem "ç", me enrolo toda.

Acho que vou criar uma nova paranóia em cima disso. Vou tentar notar nas coisas que eu faço "automaticamente" e, na maioria das vezes, sem perceber. Credo! É assim que surgem os TOCs: a pessoa perde o controle de seus hábitos. Estou ficando preocupada comigo mesma. Imagina? Eu devo perder um monte de coisas da minha vida sem notar! As coisas passam desapercebidas e eu não as fixo na memória.

É que nem quando descubro uma palavra nova. Dia desses descobri o que significava "compilado". Agora vira e mexe eu ouço alguém falando isso. Muito estanho! Antes de eu aprender, acho que nunca a tinha ouvido! Agora que eu aprendi, todo mundo resolveu usar.

Tá. Não é nenhum complô contra mim, eu sei. Minha adversária é a minha própria mente! Parece que a cada coisinha nova que eu aprendo ou percebo, o meu universo pessoal expande mais um pouquinho. Daí dá a impressão que todos começaram a falar "compilado" para cima e para baixo e que o ato de mudar a foto no meu MSN, ou bater com o braço na porta da minha cozinha, se tornou um pouco mais significativo.