segunda-feira, outubro 09, 2006

Mortalidade x Imortalidade

Se eu fosse imortal eu não teria tanto medo de fazer o que penso. Nem sempre o que eu penso fazer vai me trazer um bom retorno, por isso paro, penso sobre o que pensei e tento analisar o que é "melhor". Eu não tenho tempo a perder! Se eu desperdiçar o agora errando, lá se vai mais um pedaço da minha vida.

Contudo, se eu não perdesse pedaços de vida, tendo todo o tempo do mundo para acertar e errar, errar e acertar, eu seria paciente na espera do momento, do amor, do sucesso, da amizade, da diversão, da sabedoria.

Mas eu perco um pedaço de vida a cada letra que escrevo e eu preciso correr logo atrás do momento, do amor, do sucesso, da amizade, da diversão e da sabedoria. Senão, puft!

Na vida mortal deve-se aproveitar bem o agora para fazer uma cadeia de bons momentos. Se deixar passar, menos pedaços de vida nós teremos para poder fazer isso. E lá se vai a chance de errar, de fazer o que pensa só pela curiosidade de saber aonde vai dar, de deixar alguns agora passarem.

Na vida imortal eu poderia viver de todos as formas, ser todos os meus eu, fazer tudo com mais calma, aprender piano, desenho, costura, capoeira, ler todos os livros, conhecer todos os lugares do mundo a pé... Afinal, eu realmente teria todo o tempo.

Talvez não tendo quase a obrigação de aproveitar o agora, eu o aproveitaria mais. A possiblidade de morte nos faz perder a coragem e procuramos ficar sempre no cosmos, fugindo do caos.