sexta-feira, abril 14, 2006

Inércia agitada

Agora estava em frente a uma bifurcação. Não sentia vontade de seguir nenhum dos dois caminhos, mas sim dar um passo para trás. Não podia e sabia disso! Seria desperdício de tantos passos já dados.

Passaria o dia todo sozinha e já estava enjoada de si própria. Precisava ver outras pessoas, respirar um ar menos viciado, ser surpreendida pela vida que o mundo agrega. Ao mesmo tempo, não queria se mostrar, se promover, se convencer. Queria apenas ficar ao lado de uma companhia agradável e se sentir em paz, no silêncio. Não era dia para muita animação.

Por estar se sentindo vazia e ansiosa, com pressa de alguma coisa que não sabia o que era, aumentou o problema e quase se desesperou, ainda que tendo muitas opções do que fazer.

Não sentia a vida pulsar. Era o não-reconhecimento? Era a falta de alguém? Era a falta de algo? Era a idealização? Era a chatice? Era a inércia agitada do ser, e nada conseguira concluir. Disperdício de vida ou apenas uma outra forma de se viver?

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Sem palavras! A inércia agitada do ser é aquela angústia por não sair do lugar - em busca do seu desejo REAL - e ao mesmo tempo a preguiça que domina todas as suas partes. Imagino até que possa ser um medo inconsciente que tentamos nos desviar. Quem sabe?

Falamos sobre isso hoje não é mesmo?

beijos

14 abril, 2006 22:32  
Anonymous Anônimo said...

Sua ansiedade tem fundamento, e é pertinente.
Mas não desvalorize as coisas merecedoras apenas por serem lugar-comum.
Reconhecimento é relativo.
Não procure conclusões, jogue com as cartas que tem e dance conforme a música.
Mas conduza a dança. Não seja conduzida.
Bjos

16 abril, 2006 18:53  

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