quarta-feira, dezembro 26, 2007

Se repete...

Fez do corpo do outro um travesseiro, no qual repousou e se sentiu bem só por abraçar. Uma concha protetora que já teve cheiro de sabão, de groselha e até de cera de ouvido. Tudo se repetiu, como sempre se repete, naquela sintonia embalada por música-faz-beijar. Numa dança conjunta de corpos, que parece ensaiada de tão coerente.

Na fala torta do outro e de si, se repetindo, ouviu mais uma vez o que um dia quis ouvir, mas que agora dá outro valor. A reação foi repetida, o olhar foi o mesmo, o pensamento lá longe... O porto seguro que se sempre imagina nas mãos de quem está ao lado, errado. E tudo se findou, de novo, num beijo de boa noite.